Por meio das aulas multidisciplinares, os estudantes do 4°ano demonstraram que é possível, sim, integrar as matérias e multiplicar o conhecimento.
Na semana em que é comemorado o "Dia do Índio", os estudantes nas aulas de História exploraram a rica cultura indígena. Nas aulas de Arte, aprenderam sobre o valioso significado do chocalho para os indígenas e confeccionaram os maracas, que foram usados nesta semana, na aula de música, onde utilizam os instrumentos de percussão junto aos outros que já haviam sido trabalhados. Apesar da grande contribuição que a cultura indígena deu
para a formação da cultura brasileira, é importante ressaltar que esse processo
não se deu sem que houvessem muitas perdas. A partir do encontro colonial com
os portugueses, muitas comunidades indígenas foram dizimadas e, com elas, as
línguas, culturas, cosmologias e saberes que possuíam. De acordo com dados do
Censo 2010, atualmente, existem cerca de 800 mil indígenas no país, o
equivalente a 0,4% da população nacional. Esse número chegava a cinco milhões
antes da chegada dos colonizadores ao Brasil.
Dados da Fundação Nacional do Índio (Funai) dão conta da
existência de 225 povos indígenas e, pelo menos, 70 tribos que vivem em locais
totalmente isolados. Mas apesar da grande diversidade existente, é possível
encontrar pontos de conexão na cultura indígena resguardada por todos esses
povos. O principal deles é a relação de respeito e cuidado com a natureza, de
onde, originalmente, retiravam o sustento, abrigo e proteção.
Elementos centrais da
cultura indígena
Outro aspecto importante observável na cultura indígena, é a
ausência de moedas ou qualquer outro sistema de trocas mercantis. Antes da
colonização, não havia relações econômicas entre as populações que povoavam o
território que se constituiu como Brasil. Da mesma forma, não existia sistema
de escrita. Sendo assim, os conhecimentos, tradições e ritos presentes em cada
comunidade eram passadas através da oralidade. Esse fato justifica a frase que
diz: “Quando morre um pajé, se vai uma biblioteca inteira”.
A relação com a natureza
Também era na natureza que as comunidades tradicionais
encontravam mecanismos de cura contra as enfermidades que acometiam o corpo e o
espírito. Nesse processo, a figura do pajé, uma espécie de líder espiritual,
era de fundamental importância. Ele desempenhava o papel de aconselhar,
realizar ritos de cura e diversas outras atividades de cunho espiritual dentro
das aldeias.
O conhecimento produzido pelas comunidades indígenas acerca
das ervas medicinais é importante até os dias atuais. Muitas das plantas utilizadas
há séculos por esses povos já tiverem sua eficácia comprovada pela ciência e
foram incorporadas às terapias tradicionais.
Por fim, cumpre salientar que era na natureza que os índios
encontravam os materiais e insumos necessários para preparar-se para momentos
importantes da vida na aldeia, como a guerra e as festas religiosas. Nesse
sentido, cumpre mencionar não só os arcos e flechas, como as pinturas, adornos
corporais e toda produção artesanal feitas nas aldeias.
A dança na cultura
indígena
As danças, assim como os cânticos indígenas, estão diretamente ligadas com a dimensão espiritual dessas comunidades. Em geral, elas eram feitas em momentos festivos nos quais eram realizados pedidos às divindades, como fartura na colheita, cura de doença e outros. As danças também integravam momentos de busca de proteção contra os espíritos malignos e rituais de agradecimentos.
É comum que algumas dessas danças sejam realizadas em movimentos circulares, acompanhados por instrumentos sonoros e passadas ritmadas. Em alguns casos, o pajé se faz presente durante esses rituais fazendo uso de máscaras. Entre as danças da cultura indígena podemos listar: Acyigua, Atiaru, Toré, Kuarup.