O Dia Internacional da Mulher não é um mero dia voltado
simplesmente a homenagens triviais às mulheres, mas diz respeito a um convite à
reflexão referente a como a nossa sociedade as trata. Essa reflexão vale tanto
para o campo do convívio afetivo, familiar e social quanto para as questões
relacionadas ao mercado de trabalho.
Inúmeros estudos comprovam que ainda hoje as mulheres sofrem
com a desigualdade no mercado de trabalho em relação aos homens. A presença das
mulheres no mercado de trabalho ainda é menor do que a dos homens, uma vez que
dados de 2018 apontam que, no mundo, apenas 48% das mulheres maiores de 15 anos
estão empregadas – para os homens, esse número é de 75%|1|.
Atualmente, menos de 70% dos homens concordam com o fato de
que muitas mulheres preferem trabalhar a ficar em casa cuidando de serviços
domésticos. As mulheres ainda sofrem prejuízos no mercado de trabalho por
engravidarem, uma vez que o número de mulheres que abandonam o seu trabalho por
conta de seus filhos chega a 30%, enquanto que somente 7% dos homens abandonam
seus empregos pelo mesmo motivo|2|.
Para agravar essa situação, metade das mulheres que
engravidam perdem seus empregos quando retornam da licença-maternidade|3| e
ainda, em pleno século XXI, existem aqueles que defendem que mulheres devem
ganhar menos, simplesmente por poderem engravidar. Isso, inclusive, é uma
realidade no Brasil, pois as mulheres recebem, em média, 20% menos que os
homens|4|.
Todas essas estatísticas demonstram como o preconceito de
gênero prejudica as mulheres no mercado de trabalho. As mulheres, no entanto,
não têm a sua vida prejudicada somente no mercado de trabalho, uma vez que a
violência de gênero, o abandono que muitas sofrem de seu parceiro durante a
gravidez e os assédios são realidades que muitas mulheres sofrem.
O 8 de março é um dia para reflexão a respeito de toda a desigualdade e a violência que as mulheres sofrem no Brasil e no mundo. É um momento para combater o silenciamento que existe e que normaliza a desigualdade e as violências sofridas pelas mulheres, além de ser um momento para repensar atitudes e tentar construir uma sociedade sem desigualdade e preconceito de gênero.